quarta-feira, 29 de abril de 2015

Piaçabeiros escravos em propriedades particulares no interior do Amazonas.

 Imagine trabalhar durante meses a fio sem ter direito a folgas e sem saber quanto irá receber no fim do mês, ou ainda estar sujeito a ataques de animais peçonhentos, sol e chuva. Apesar de escravidão ter sido abolida, no Brasil há mais de 120 anos, o trabalho escravo ainda é uma realidade, mesmo na região Amazônica.

(foto: divulgação/MPT)
O piaçabeiro Carlos do Rosário, 59, foi uma vítima dessa violência. No ano passado, ele foi um dos treze trabalhadores resgatados do Município de Barcelos (à 405 quilômetros de Manaus) por uma  “força-tarefa” liderada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Federal (MPF). Eles foram encontrados em condições análogas à de escravidão, em comunidades localizadas no meio do mato.



Recrutado para trabalhar na extração da piaçava - matéria-prima para a confecção de vassouras - na zona rural do município, Carlos era submetido a condições subumanas de trabalho: passava dias isolado no meio da floresta, só tinha direito a folgas após quatro meses de trabalho, não possuía carteira profissional e, o pior de tudo: não sabia nem quanto receberia depois do serviço realizado.
Ele conta que se via obrigado a comprar mercadorias do “patrão” devido ao isolamento e, quando recebia o salário, os descontos abocanhavam boa parte da renda. “Cheguei a receber R$ 340 por 120 dias de trabalho consecutivos”, 

(foto: divulgação/MPT)

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